Não é de hoje que vemos comparações do custo de diversos itens de consumo entre os países. Carga de impostos, riscos trabalhistas, baixa produtividade e muitos outros fatores acabam incorrendo no que muitos chamam de Custo Brasil. Empresários com frequência demonstram o quão difícil é empreender no Brasil em comparação com outros países.
Infelizmente este maior custo no Brasil não aparece somente nas comparações de Big Macs ou iPhones, mas também na nuvem pública.
Recentemente Ernesto Marquez, da Concurrency Labs, fez um artigo bem completo mostrando os diferentes custos entre as diversas regiões da Amazon AWS. Confira abaixo 2 gráficos, o primeiro, com os custos de transferência de saída de dados de 1 TB da AWS para a Internet e o segundo com os custos de uma típica máquina virtual em um mês.
Em ambos os gráficos os custos estão em dólares americanos ($).
E os custos para o usuário/cliente final do Brasil não acabam por ai. Em uma operação típica de consumo de serviços na Amazon AWS o usuário deverá ainda arcar com o pagamento de impostos de importação de serviços da ordem de 42,28%, pelo menos, podendo ser mais de 48% caso opte pelo pagamento via cartão de crédito, uma vez que o IOF é maior.
A nuvem é aceleradora para inovação, para criação de soluções, produtos, ideias, empresas, negócios. Temos agora várias exigências de que os dados fiquem no Brasil, temos a LGPD. Mas por que para o dado ficar aqui no Brasil precisamos pagar quase o dobro do resto do mundo? Urge o Brasil tratar este assunto com carinho, avaliar políticas públicas, impostos e estratégias específicas para não ficarmos também atrás do mundo quando se trata de nuvens públicas.
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